O número de alunos matriculados em cursos de graduação no país aumentou 7% no ano passado em relação a 2009. Segundo a edição 2010 do Censo da Educação Superior, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação, o Brasil atingiu 6,3 milhões de matrículas em 29,5 mil cursos oferecidos por 2.377 instituições.
Considerando toda a última década, de 2001 a 2010, o crescimento no número de matrículas foi de 110%.
"O resultado é positivo e prenuncia o cumprimento das metas estabelecidas para 2010. Houve aumento na matrículas em todo o país e também na qualificação dos docentes, portanto há mais pessoas estudante com mais qualidade", disse o ministro Fernando Haddad.
"Talvez tenha sido a melhor década de acesso à educação superior, tanto em termos relativos como em absolutos --mas sobretudo em absolutos."
Segundo o ministério, um dos fatores que explicam o crescimento é o aumento da oferta de cursos a distância e tecnológicos --a modalidade a distância representou 14,6% do total em 2010.
Haddad disse que o ritmo de crescimento do ensino à distância só não foi mais forte porque o MEC controlou a alta. "O EAD [ensino à distância] só não cresce mais em função do MEC. O MEC está ditando o ritmo de crescimento do EAD para não ter o efeito da educação presencial. Não queremos que aconteça com a EAD aquilo que aconteceu nos anos 1990 com a educação presencial --crescer descontrolado e com qualidade inferior".
O Censo também detectou que o percentual de matrículas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aumentou de 2001 para 2010, em contrapartida ao decréscimo da participação das regiões Sudeste e Sul no total.
Os alunos de graduação também estão mais jovens e preferem estudar à noite.
Em 2010, a média de idade dos alunos dos cursos presenciais foi de 26 anos. Já nos cursos a distância, a média é de 33 anos. Entre 2000 e 2010, as matrículas presenciais noturnas passam de 56% para 63% do total. Considerando apenas as instituições privadas, as matrículas noturnas corresponderam a 73% em 2010.
As mulheres são maioria entre os alunos. No ano passado, 57% das matrículas foram feitas por mulheres, índice que sobe para 61% considerando apenas os alunos no último ano do curso.
"Há uma fronteira a ser explorada. Brasileiros entre 30 e 40 anos que querem voltar a estudar, mas nesse momento estamos mais preocupados com a qualidade do que com a questão quantitativa."
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